Mundo e Vida




FIGURA INESQUECÍVEL – AMÉRICO TOZZINI



Na verdade há pessoas marcantes na nossa vida, como aconteceu com Américo Tozzini, que não chegou a este século, segundo julgo, o motivo foi a inevitável viagem ao mítico mundo do além. Afinal sabia que estava já na presença de um amigo de idade avançada, além de que bastava observar a sua escrita a denunciar decrepitude.
Mas devo render-lhe a minha homenagem, porque ao iniciar-me como Director e Editor da minha revista FRANQUIA, recebi dele apoio, alguém de longe e enquadrado em assunto tão especializado, como é do vasto mundo comunitário da filatelia.
A minha intenção era abranger tudo o que fosse a comunidade de língua portuguesa, incluindo o Brasil. Daquele país estendia-se-me logo uma mão.
De facto o Tozzini fazia uma coluna especializada no Jornal de São Paulo e fazia o "Cinco Minutos com a Filatelia", no programa radiofónico "Pulo do Gato", da Rádio Bandeirantes.
Passei a receber regularmente entre vasto correio o daquele amigo, sempre com as novidades brasileiras do âmbito e o importante estímulo.
Passou a tomar iniciativas sem me consultar, fazendo marketing da minha publicação, com a oferta de assinaturas aos vencedores de um concurso que promovia no "Cinco Minutos com a Filatelia" mencionando a Revista e promovendo-a entre os muitos jornalistas brasileiros da especialidade.
Fazia muitos comentários, escrevendo expressões a propósito, como fulano é daqueles que se "põem em cima do muro, esperam que a procissão passe para saltar para a frente".
Achei este dito o máximo, adequava-se perfeitamente à pessoa em questão, fixei e emprego-o por vezes.

 Aerograma do Correios do Brasil, dos muitos que Américo Tozzini me escreveu

Como Director, em tudo o que escrevia usava o pseudónimo de Miguel Foz, por admiração familiar talvez em jeito de homenagem.
Sobre isso escreveu: "Você com um nome tão machão como Daniel Costa não precisa nada de pseudónimo".

O pseudónimo estava registado oficialmente, disse-lho e expliquei os meus porquês da utilização.
Cheguei mesmo a ter uma pasta especial onde arquivava essa vasta correspondência. Actualmente mantenho apenas vários documentos por serem peças de filatelia.
Por fora das cartas sempre me "mimoseava" com palavras como grande Jornalista ou Editor.
Durante cerca de trinta anos durou a troca de correspondência, até que se terá dado o falecimento do meu grande amigo Tozzini


Daniel Costa

Comentários

RENATA CORDEIRO disse…
Brilhante postagem, amigo do peito! Mais dados sobre a sua riquíssima passagem por aqui! Parabéns! O Américo Tozzini é uma figura carismática e emblemática até hoje no Brasil!
Beijos,
As brasileiras que me perdoem e a minha mulher também, mas se tivesse no Brasil um amigo assim, não coleccionava selos ...
A vida é curta!!!

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