Mundo e Vida

António Spínola passando em revista tropas nativas


António Spinola no comando de tropas em acção


MARECHAL SPÍNOLA



Com a designação genérica de SPÍNOLA, sub titulo SENHOR DA GUERRA, da autoria de Manuel Catarino e Miriam Assor, editado por Presselivre, Imprenssa Livre SA, para ser distribuído pelo jornal “Correio da Manhã”, mais uma biografia do grande estratega militar que foi António Spínola.
Não é minha intenção falar desta obra. Da mesma apenas desejo referir uma gralha que detectei, na segunda edição, página 54 onde refere uma tragédia em combate no Batalhão 345, que Spínola de facto comandou em Bessa Monteiro, Angola, ocorrida em 25 de Abril de 1961. Ora isso não poderia ter acontecido na data indicada.
Acontece que a esmagadora maioria dos soldados que fizeram parte dele, só vieram a assentar praça em Elvas e Castelo Branco no mês de Junho desse ano.
O 345 formou-se em Setembro de 1961 e embarcou para Angola em 14 de Novembro de 1961.
Deduzo estar certa a data mas em 1962.
De qualquer modo as gralhas são uns “pássaros”, que pairam em qualquer publicação, por muito cuidado que se tenha.
Posto isto, passo a falar num sentido mais em relação com as minhas andanças por este mundo.
É assim: sob o comando do comando do então Tenente-Coronel António Spínola, formou-se no Regimento de Cavalaria 3, em Estremoz, o Baralhão 345 em Setembro de 1961, de que eu fazia parte como elemento do Esquadrão 297.
Nos primeiros dias de Outubro seguinte, o 297, tendo o comandante mais novo, por conveniência de serviço, foi substituir um outro adido em Faro, que por sua vez foi substituir este no Batalhão.
Logo aí ficou célebre a sua frase populista, quando viu todo o Batalhão regressar da instrução militar de campo. Tinha chovido, o exercício decorrera debaixo da chuva, dando como resultado os militares terem ficado molhados e enlameados:
“É assim que gosto de ver o comportamento dos meus homens”! Disse.
Acabei, sempre integrado no 297, que também seguiu para Angola no Batalhão 350, comandado pelo Tenente-Coronel Costa Gomes, irmão do futuro Presidente da República e Marechal do mesmo apelido.
Depois vim a fazer parte do Esquadrão Eventual 350, que com o Esquadrão eventual 345, foi destinado à Província angolana diamantífera da Lunda, a fazer fronteira com o Congo Ex-belga, hoje Zaire.
Na passagem por Nova Lisboa, actual Huambo, uma dormida deu-se no quartel local, como o Eventual 345 era formado do seu Batalhão, ele apareceu e fez o seu discurso para ambos os Esquadrões, que ouviram em formatura.
Mais tarde, já na Lunda, visitou a seu Esquadrão Eventual 345, tendo-o feito de seguida ao Eventual 350, já que era tudo tropa oriunda da Cavalaria de Estremoz.
Aí visitou a instalação, de certa dignidade, o depósito de géneros alimentícios, de eu era coordenador, pelo que me estendeu a mão.
Regressado de Angola, em 1964, vim morar para Lisboa, em casa de uma prima em segundo grau. Spínola a certa altura fora visita da casa, de que tinha resultado, um outro primo ter sido seu impedido. Acabado o serviço militar, este colocou-o na Guarda-Fiscal.
Acabou por vir a resultar o filho deste ter vindo a ser seu Ajudante de Campo na Guiné-Bissau.
António Spínola veio a ser Presidente da República e ascender ao elevado à dignidade militar de Marechal.
Faleceu em 1996.



Daniel Costa



Comentários

poetaeusou . . . disse…
*
amigo,
,
regredi . . .
,
um abraço,
,
*
Daniel

Admiro Spínola, muito.

Através de um livro que ele escreveu (não lembro o nome) deu
força aos mais novos para repararem do significado da estadia
de portugal no Ultramar.

No livro ele não disse, deu a entender "Eu estou com vocês, dêm
o passo para a mudança.

Meu Pai, era Capitão de Fragata, da
Marinha de Guerra Portuguesa e
esteve com Spínola e o admirava muito.
Daí e interessada como sempre fui,
nos caminhos a percorrer, me lembro
deste pormenor do livro, lamento não me lembrar do nome, mas o Daniel deve saber.

Muito bom o texto. Dá para lembrar e não esquecer!

Agradeço tua presença no meu "Realizar".

Spínola também teve "Um Sonho a Realizar".

Um abraço,

Maria Luísa

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